domingo, 15 de julho de 2007

A gente tem que ter um ídolo

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Contextualização
[Também conhecida como minha eterna mania de explicação]

Outro dia (daqueles do tipo "a cura para o tédio é a curiosidade"), eu cheguei à conclusão que todo ser humano tem que ter, ao menos, uma mania (ou um "TOCzinho"), um vício, um medo, um ponto fraco e um ídolo.
Do contrário, fica normal demais. E, pense bem: gente, por definição, tem que ser singular.
Gente muito normal termina enlouquecendo. E, pior, está fadada a não saber conviver com a loucura. Não é melhor se aceitar (e se assumir) logo "atípico" de que surtar de repente?


O post de hoje
[vide título]

Antes de qualquer coisa, estou sentindo a necessidade de esclarecer o que entendo por ídolo.
Chico Buarque (que muita gente esperava que imperasse nesse texto) não é um ídolo. É um ser inalcançável, em torno do qual eu aloquei (embasadas) características positivas. Tem TUDO de melhor. É perfeito. Portanto, está num patamar de mito ("representação humana ideal, não raro ilusória, sem correspondentes na realidade") .
Um ídolo, de fato, tem que ser humano. E, eu já estabeleci que manias, vícios, medos, pontos fracos e os tais defeitos validam a humanidade [aceite a ambigüidade do termo].
Portanto: não, este post não fala de Chico (nem de McCartney, nem de Bono, nem de Audrey Hepburn).

Meu ídolo, na verdade, carrega meu sobrenome (calma, também não é Vinícius... além do mais, o Moraes dele é com E) e descende da mesma matriz genealógica (viu que nem podia ser?).

E ele é novo. Muito novo. Novo na idade e na alma. No espírito meigo, de rir e fazer rir.
E é experiente, muito experiente. Experiente na idade e na alma. Nos relacionamentos, nas preocupações, na vida profissional.
Aliás, ele talvez seja o mais bem sucedido dos Morais. Coisa que sua modéstia quase palpável nunca lhe permitiria admitir - nem pra si mesmo.
E ele é mais: porque, claro, uma pessoa admirável assim tem que ser generosa. E ela tem que saber que generosidade anda de mãos dadas com o anonimato; que, por sua vez, é primo daquela tal modéstia.

Ele tem, ainda, aquelas características de agradar os olhos.
É beleza daquelas que desconserta as menos mulheres, que desperta inveja nos menos homens.
É beleza daquelas que não sabe que é bonita, e nem imagina que mora, aí, o ponto alto de tanta beleza.

É delicadeza em forma física; energia branca vestida de preto, azul ou amarelo, de paletó ou pés descalços.
É simpatia concreta, delimitada por um sorriso.

Moram nele toda aquela segurança desconsertada, uma personalidade forte disfarçada, aquela curiosidade discreta e uma auto-suficiência escondida.

E ele tem defeitos. Como são importantes os defeitos! Ídolo tem que ser gente. Só gente pode virar exemplo e fazer com que a gente acredite que um dia chega perto de ser tudo aquilo. Se não os tivesse, não o escolheria.
No entanto, pára aqui o parágrafo sobre os defeitos. Porque os dele só estão ali para que ele pudesse ser ídolo. Fora a isso, não cumprem nenhum papel que atrapalhe suas qualidades, não merecendo, sequer, ser mencionados.

E ele tem todo o resto da singularidade humana: os vícios, as manias, os medos, a leveza quanto aos pontos fracos e a paradoxal vontade de mudar. Eu não poderia escrever sobre uma pessoa que não fosse completa. Digo, complexa. Haveria de ser alguém que se pudesse estudar, entender, explicar. E alguém que não se soubesse estudado, nem entendido, e que nunca se tivesse visto explicado.

Escolhi justo, e muito bem, meu ídolo. Ídolo de infância, de brincadeiras, de passeios, de saudade; ídolo de novo de vida adulta, de orgulho, de cumplicidade, e de saudade.
Melhor ainda ser ídolo de sangue. Me faz pensar: "quem sabe, um dia, com todo o esforço e a ajuda extra desse fator genético, num chego lá?".

Isso, porque meu ídolo é, de fato e de direito, a essência do que qualquer um deve almejar ser. Mas, se perguntado, ele possivelmente dirá que o parâmetro do que se deve ser é o ídolo dele.

Essas coisas da humanidade...


Rafa

desambiguação -- humanidade:
1. A natureza humana.
2. O gênero humano.
3. Benevolência, clemência; compaixão.

sábado, 14 de julho de 2007

Argentina vice: Não tem preço!

Muito bem. A Argentina perdeu. Que felicidade!
De quebra, o Brasil ainda ganhou... =]
Perfeito. Hermanos, vice. Brasil, campeão; em cima da Argentina, de 3 a zero.

O que a gente escutou a gurizada cantando na comemoração:

(...)Também somos linha de frente
de toda essa história
Nós somos do tempo do samba
Sem grana, sem glória
Não se discute talento
Mas seu argumento, me faça o favor
Respeite quem pode chegar
onde a gente chegou
E a gente chegou muito bem
Sem desmerecer a ninguém
Enfrentando no peito um certo preconceito
e muito desdém(...)


Gracias, 'hermanos'!
Rafa

terça-feira, 10 de julho de 2007

"Férias"

[Ou, ainda, vacation, em inglês; vacances, em francês; vacanza, em italiano; vakantie, em holandês; e vacaciones, em espanhol. Do latim, vacationem (nom. vacatio): "lazer, estar livre de compromissos"; de vacare: "estar vazio, livre"]


"Férias são um intervalo periódico de descanso de uma atividade constante.
No Brasil, a legislação trabalhista estabelece um mínimo de 20 ou 30 dias consecutivos, por ano, de férias. Aqueles que têm apenas 20 dias podem requerer compensação pelos outros 10 em forma de aumento no salário. Um empregado deve tirar férias necessariamente entre 12 e 24 meses decorridos desde a sua data de contratação, ou desde as últimas férias.
O objetivo das férias é proporcionar um periodo de descanso, sendo assim, o empregado não pode se privar das férias nem por vontade própria, e deverá cumprir, no mínimo, 1/3 do período."



Muito bem. Pois eu quero é saber o que ca***** mudou de quando se cunhou o termo pra agora.

Por que djabos 'férias', hoje em dia, são sinônimo de: ir ao banco, fazer compras, colocar o carro pra consertar, arrumar o guarda-roupa, ir no médico, fazer exames, visitar conhecidos enfermos/recém-casados/com filhos, fazer curso extra, fazer trabalho extra, etc.


Me parece que quem mais se beneficia com as férias dos empregados são os empregadores/escolas/faculdades.
É o tempo de fazer tudo o que se deveria fazer o ano todo mas não se tem tempo. Eles, então, não tem de abrir mão de nem um diazinho dos deles... "usem suas férias", insinuam.


Das minhas, depois dos 12 dias SP-Rio, restam... bem, 2 dias. E, neles, eu ainda preciso terminar uns trabalhos, preparar um monte de material pra a próxima semana, ir na Federal pegar uns documentos (sempre muuito divertido, com toda aquela burocracia!), colocar o sono em dia (e os pés em água quente) pra curar da viagem, entre quase todas as coisas citadas acima.


Junto com amigos na mesma situação, eu proponho uma mudança socio-educativa-constitucional quanto a esse período.
Ou que, pelo menos, sejamos mais honestos e mudemos a definição formal do significado da palavra 'férias'.

Depois ainda dizem que minha geração não se mobiliza pra mudar a realidade =P


Rafa