quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Lolita já era.

Como eu mencionei a tal crise da meia idade no post anterior, me peguei pensando nela esses dias. Cheguei à conclusão que, talvez, a crise seja muito mais dos tempos que de qualquer outra coisa.
Pensemos: os casais que, hoje, se separam depois de duradouros casamentos, são aqueles que se fizeram numa época totalmente diferente. E, se a época muda, as pessoas mudam junto com ela, e as relações em consequência dela.

Lá pelos anos 60-70, segundo consta, contava, por exemplo, que as mulheres fossem politizadas, ativistas, destemidas. Essas eram as mulheres "casáveis", as melhores. Os caras, por sua vez, tinham que ser líderes, intelectuais e, de preferência, fugitivos da polícia.

Hoje, claramente, tudo mudou. Pra começar, o que move o mundo não eh mais a busca pela liberdade... O motor desse mundo é qualquer outra coisa (que eu prefiro nem explorar, pra cada um resolver por si). Mas, eh preciso dizer que o que parece não mudar, no entanto, é a cabeca das esposas de antes: pensar, por exemplo, que o fato de ela ser tudo o que ela sempre foi manterá o casamento para sempre, como um dia prometido, eh um erro. As ambições do cara vão mudando, galera. Porque elas vêem isso em tantas outras coisas e colocam o relacionamento separado do resto? Aí, criam o mito da "menininha", da destruidora de lares, que ROUBA o maridão dela. Na verdade, na maioria dos casos, num eh roubo coisíssima nenhuma: o cara tava na prateleira, pedindo pra ser tomado, e eh, por alguém que se interesse. Essa interessada, inclusive, hoje em dia, está muuito distante do perfil "interesseira" que as esposas associam a ela. Como também não eh mais o perfil sexo-estampado-na-cara, ou quando-abre-a-boca-o-povo-corre, que está motivando finais de relacionamentos. As que estão levando os maridões são as mais espertas, desenroladíssimas, articuladas, nem necessariamente as mais bonitas (mas, provavelmente, as bem ajeitadas) e, o principal, as mais simples. "Simples", porque não são chatas, não tem as coisinhas cri-cri da mulher do cara, que fica em casa parece que esperando pra encher o saco dele com o que ele fez ou deixou de fazer. Nos vinte-e-poucos, trinta-e-poucos, importam muito pouco esses detalhes: importa o tempo com o cara ser legal, o cara saber falar contigo, e escutar tuas idéias. O coroa faz isso muito bem (até melhor que o garotão). Ótimo. A novinha num vai se preocupar com a hora que ele chegou ou com se ele tá bebendo muito e falando merda.

Aí, vc quer se ajustar aos novos tempos igual ao cara? Mude. Não junto com o cara, porque, bem, isso seria triste. Mude na paralela do cara. Mude pra você, pra as coisas serem mais simples e, portanto, menos chatas. Aliás, eu espero começar a ver o fenômeno das coroas que procuram os rapazes mais jovens! Por que não? Chegar em casa e ver aquele lanzudão esparramado, vendo jogo de futebol NÃO PODE ser legal. Vamos nos despindo de certos preconceitos, por favor, e abrindo os olhos pro que a gente quer - e merece. Manter relação porque ela já está pronta pode ser fatal. Os caras, evoluídissimos nesse ponto, sabem que estar com alguém eh uma escolha diária, enquanto a mulherada segue achando que só precisou decidir no dia do "sim".

Eu só me lembro muitíssimo de Dolores Duran, em "Fim de caso", traduzindo precisamente o medo feminino do fim de relacionamentos, quando ela diz: "Tenho pensado, e Deus permita que eu esteja errada, mas eu estou, ah, eu estou desconfiada que o nosso caso está na hora de acabar". Aí já acabou faz eh tempo. E Deus num tem mais nada a ver com isso, Ele ficou alí na hora da igreja, qnd vc disse "sim". Aliás, quando um padre me perguntar se eu aceito meu namorado "como legítimo esposo, para amar e adorar pelo resto da minha vida", eu pretendo dizer um "sim" bem sonoro, e esclarer, baixinho, pra ele, que "até amanhã, no mínimo, tá seguro". Daí pra frente, é comigo e com ele. O dia seguinte pode, quem sabe, trazer outra resposta pra essa mesma pergunta. Tanto minha como dele e, pra mim, eh bem assim que deve ser pra garantir muuuito mais que amor: dias tranquilos.

Aí eh a bronca: a mulher em casa, dizendo "mas vc prometeu ficar comigo na alegria e na tristeza" e enchendo o saco na saúde e na doença, e toda uma geração novinha com pensamentos tão mais leves e confortáveis... e povo continua achando que eh o fetiche da Lolita que leva os caras. Eu quase me ofendo! =]


Rafa

Quem sabe faz AHORA.

Tudo começou com um conselho simples.

Rafa diz:

Tem q exercitar NÃO projetar, ou seja, não criar expectativas.
Quando vc consegue, tudo muda.

Aí, veio a grande pergunta: “Como é q faz, hein?!”
E o monólogo:

Rafa diz:
Eh simples: vc trabalha com o mínimo. Por exemplo, vc vai sair hj... Se vc quiser super se divertir, dançar, conhecer gente e pegar alguém legal...vc tah fodida!
NAO PODE sair de casa com essa pretensão. Tem q sair de casa com um ponto único: o meu, geralmente, eh "eu quero estar animada", ou "eu quero q o lugar esteja cheeeio de gente simpática", enfim, uma coisinha só.
Aí, vc joga toda a sua expectativa pra isso. Quando chegar lá, tah animada, quer beber, bebe, quer dançar e dança, quer conhecer gente, conhece... Enfim,vai somando à medida q as coisas forem acontecendo. Pq isso eh a gente tomar o controle do q acontece. Senão a gente se acomoda com pensamentos vazios como "Esse lugar tah tão morgado.. q ruim". Mas NÃO, a culpa NÃO eh do universo!!! Se for de alguém, eh sua. Pq vc queria 500 coisas, projetou, imaginou e, obvio, saiu diferente.
Quando vc toma o controle, tudo passa a acontecer como vc quer. Tu tais lá, para e pensa: "po... tem um menino ali bonitinho...", aí, ao invés de pensar "será q ele vai vir aqui? será q ele tah olhando?", enfim, projetar pra cacete, vc tah LAH, no calor do momento, de repente, já sai pra falar com ele.
O bom de não projetar eh q a pessoa DE FATO aproveita o momento, se deixa levar muuuuito mais fácil pelas vontades. Ou seja, eh uma técnica perigosinha, pra quem eh bobinho... mas pra quem quer tomar controle das coisas e tem cabeça pra lidar com isso, eh genial. Pq eh assim: num culpa o universo, mas ele tb já não eh mais aliado, sabe? Tipo, a pessoa deixa de acreditar em milagre... ou seja, tah ruim? faça algo ou volte pra casa. Num tem essa de "vou sentar um pouquinho pra ver se aparece alguém/algo interessante". NÃO. A vida eh sua, o momento eh aquele: tudo muito rápido. ta ruim? Levanta, vai beber, canta uma música, ri de alguém estranho [sempre divertido]... Enfim, num pára, num pára, num pára... num pára não!

Depois da divagação, o “Adorei!” renovado que faz esse tipo de viagem valer a pena. =)


Rafa

domingo, 9 de agosto de 2009

A teoria do rádio

Numa das conversas de bar mais produtivas da história, o tópico era a estranha forma como meninos decidem: "agora, vou namorar". Para mim, existe um controle supremo da vontade dos rapazes, uma espécie de interruptor com os modos "solteiro" e "namorando", e, de repente, os meninos ativam o modo namorar. O surpreendente, no entanto, é que eles, aí, de fato, namorarão. Namorarão, inclusive com (quase) qualquer mulher, isto é, com alguma que nem é tudo o que eles gostariam. Parece que o que importa, na verdade, é a escolha de namorar, e não a escolha da namorada. Eis que, esclarecedora como dificilmente saem histórias de meninos, a alegoria do rádio me explicou esse fenômeno.

Imagine um menino escutando rádio no seu carro. Ligou, e está tocando, pensemos, axé. Axé ele não curte. O IDEAL seria que tivesse Beatles em alguma estação, mas ele sabe que isso é difícil. Começa a mudar de estação, pra ver as opções. Passa por forró, algum pagode, brega-baixo-nível, reggae, sertanejo, techno... De repente, tem Lenine em alguma freqüência. É, Lenine não é o ideal, não é o que ele queria, certamente não é Beatles, maaaaass, a verdade é que ele já está cansado de mudar de estação. Cansou, quer parar um pouco, aproveitar o tempo escutando uma música inteira, sabe? E Lenine não é dos piores, né? É, aliás, bastante aceitável. Parar em axé, forró, pagode, seria demais pra ele... Mas Lenine dá pro que ele quer.

Pronto. Meninos escolhem namoradas assim: querem parar um pouco a putaria insana, que, no começo é sempre genial, mas vai ficando cansativa com o tempo, e aproveitar um pouco da tranquilidade que um relacionamento pode oferecer. Aí, como é difícil aparecer uma menina-Beatles, principalmente assim na hora que ele decidir, com o interruptor ligado no modo namorar, ficarão com as Lenines que apareçam (que não são das piores, mas também não são as ideais).

Reconfortante, por um lado. Todas tem chance, não é? Eu diria, até, democrático. Por outro, no entanto, a escolha pode ter muito menos a ver com você do que com o momento dele. E isso pode trazer alguns riscos no futuro. Por exemplo: eu me pergunto se não seria por isso que homens casam, tem filhos, vivem alguns anos, e vem a famosa crise da meia idade. Afinal, ele num casou porque gostava da menina, nem porque achava que poderia conviver bem com ela, casou porque estava na hora de casar. Daí, volta a necessidade da putaria intensa, seguida pela volta da necessidade de procurar uma Beatles. Provavelmente, cansarão da procura outra vez e ficarão, nessa fase, com qualquer Babado Novo.


Rafa

Sabedoria popular 24h/7dias

Para o contra-ataque: A bom gato, bom rato
Para a humildade: A perna não faz o que o joelho quer.
Para o cuidado: Falar sem pensar é atirar sem apontar.
Para a sorte: Mais anda quem tem bom vento do que quem muito rema.
Para a perspicácia: Para bom entendedor, um risco quer dizer Francisco.
Para o respeito: A concha é que sabe o calor da panela.
Para a injustiça: Briga o mar com a praia, quem paga é o caranguejo.
Para a amizade: Além ou aquém, veja sempre com quem.
Para a sabedoria: O maior prazer de um homem inteligente é bancar um idiota na frente de um idiota que banca um homem inteligente.
Para a auto-suficiência: Passarinho que come pedra sabe o cú que tem.
Para o ceticismo: Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.
Para a pressa: Nem por muito madrugar amanhece mais cedo.
Para o improviso: Quem não tem cão caça latindo.
Para a inércia: Quem não arrisca, não se lixa.
Para a mediocridade: Felicidade é ter uma TV grande e um sonho pequeno.
Para a vingança: O remédio de um doido é outro na porta.
Para a prudência: Falar é prata, calar é ouro.
Para a esperteza: O importante não é saber, mas ter o telefone de quem sabe.
Para a privacidade: Amigos, amigos, senhas à parte.
Para o improviso: Para quem está se afogando, jacaré é tronco.
Para a determinação: Quando um num quer, o outro insiste.



Rafa