Oush, lembro não. Pera q eu vou ler de novo.
[A conversa]
Carlos puxa conversa:
Ei, viciada. Tais lendo o q agora?
Rafa responde:
AINDA estou lendo "Notícia de um seqüestro", de García Márquez. To na fase da economia, sabe? Qnd vc começa a sentir q o livro vai acabar e vai desacelerando, lendo menos a cada noite, tristíssima com a ideia de q ele vai acabar. Ou soh quem faz isso sou eu??
Carlos pergunta:
E qual vai ser o proximo?
Rafa explica:
Bom... A seguir, vou ler "Assessoria de encrenca", de Gilda Mattoso, já comprado (pelo pai).
Carlos pensa:
Ummmm...
Rafa se lembra/entende:
Ei! E eu nao sou viciada nao. Eh um habito soh.
[A retratação]
Depois de rever essa conversa, eu cheguei à conclusão inevitável de q ler é, de fato, muito mais q um hábito. É um vício.
Isso mesmo. Eu e outros da minha espécie temos a necessidade de ler, de estar lendo. Afinal, o ato de ler é irresistível.
[Uma explicação rápida ainda neste tema]
1o. A idéia de decifrar as letrinhas já é por demais atraente. Quão genial é esse código que imortaliza e transmite pensamentos? Não é à toa q só aquilo depois do surgimento dele é chamado de "História". Aparentemente, não éramos nada sem ele.
2o. Eu sempre quis ter superpoderes. E a leitura é o mais próximo de um superpoder q eu consegui chegar. Lendo, eu me transporto pra outros mundos, mergulho nas mentes alheias, exploro outros universos.
3o. Eu sinto a necessidade de ler TUDO (isso mesmo, TUDO!) o q cai em minhas mãos. Ora, se está escrito, registrado, deve ser relevante. E além do mais, está logo alí, ao alcance de meus olhos, q estão ociosos aqui...
Eu leio livros, revistas, bula de remédio, pacote de biscoito, contra-capa de cd, legenda (mesmo em filme nacional), blogs de estranhos, instrução de montagem de aparelhos q já montei 49 vezes, rótulo de bebida e até mesmo as teclinhas do teclado que dizem "insert", "home", "end", etc., tantas quantas forem as vezes q eu sento na frente do pc.
[O problema real desta conversa]
Leia novamente a conversa acima.
Leu?
Pronto. Então vc deve ter notado minha demora em responder ao "viciada" hostil desse amigo. Ótimo. Os q convivem mais estão cientes q eu passo por um momento difícil, memory-wise. O qual, inclusive, costumam chamar de alzheimer's visual. Sim, sim, isso eh pq ele se limita mais à minha memória visual. Eu lembro pouquíssimo do q vejo, ou leio. É fácil lembrar das sensações e das minhas conclusões (facílimo) mas "ipsis literis" é uma expressão q eu não poderia usar.
[A relevância da conversa]
Bom. Eu me dei conta que nós, viciados, lemos SEMPRE e esquecemos MAIS FREQÜENTEMENTE AINDA.
Ora, claro! Do contrário, pra que ler de novo? Por que nos privaríamos do prazer indescritível de ler/reler algo?
[O point do post]
Alzheimer's visual não. O que eu tenho é uma sede infinita de leitura. Antes vício que doença.
;)
[Atenção 1]
Pra ter lido até aqui, vc é do meu time, dos viciados nas letrinhas.
E concordou comigo, né? Eeeeh... Incrível como as pessoas acreditam em tudo que possa ser usado como desculpa a favor delas.
[Atenção 2]
Era pra esse post terminar de uma forma mais interessante.
Só q eu JU-RO q num lembro pq comecei a escrever ele... aih fica difícil.
E olhe q eu já li ele 6 vezes.
:*
Rafa
2 comentários:
ler não é um vício. é um hábito extremamente sadio e útil em tempos de Big Brother.
E de fato, tive que ler até a metade do texto e depois voltar tudinho. Esquecia no meio do caminho. Ehehehhe.
cheiro!
kkkkk gostei daqui! li tudinho, ri, esqueci e vou reler agora! não tenho nenhum preconceito com o tal do vício! ô bicho bão!
beijo
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